Era uma vez... um abacateiro.

O verde de São Caetano contém abacateiros!

O da imagem estava na calçada da rua Francesco de Martini - Bairro Olímpico.




Abacateiro

Fonte: Google Maps.

São incontáveis as vezes que ali me abriguei, seja dos raios de sol escaldantes, seja do principio de uma chuvinha de verão. Debaixo de sua copa frondosa, verdejante, pude observar pacientemente as aves bicando seus frutos carnosos e, muitas vezes, me deparar com o chão forrado com eles: verdinhos, verdinhos. Um abacateiro cinquentagenário! Velho? Nem tanto, diria... em plena flor da idade: vigoroso!

Teria certamente mais uns cinquenta anos pela frente, mas...  uma obra residencial decretou sua supressão!



Abacateiro sendo suprimido.

Imagem Tuca Monteiro.

Os motivos? Segundo os operários da construção, foram: as raízes estavam adentrando o lote e os abacates, com a queda, danificavam a lataria dos carros ali estacionados.

Mesmo tendo ciência de que não é uma árvore adequada para a calçada, devido o tamanho de seus frutos, fora doloroso observar a morte de mais um abacateiro.

Sinto falta de sua presença no meu cotidiano. 

Grata abacateiro, pela boa companhia. 

Observações:
Em seu lugar, uma muda de Ipê amarelo fora plantada pela Prefeitura.
Quando questionei a Sesurb (2012), via Ouvidoria Municipal, do porquê supremiram o abacateiro, a mesma, na pessoa de Dra. Rosi, não me informara, assim como não dissera qual o nome científico do ipê plantado no local. Abaixo, segue o e-mail enviado à Ouvidoria Municipal.
Um outro abacaterio fora suprimido do interior da EMI Antônia Capovilla Tortorello, devido à ampliação da escola. O chão ficou forrado de frutos. Os funcionários da Sesurb que estavam serrando a árvore o fizeram porque assim o "chefe" determinara; por eles, o abacateiro ficaria ali, majestoso.
Abacateiro é uma árvore originária do México e, infelizmente, é considerada espécie exótica invasora que, segundo a Convenção sobre Diversidade Biológica, é definida como aquela que ameaça ecossistemas, habitats e espécies. Essas espécies, quando introduzidas em locais onde não ocorrem naturalmente, na maioria das vezes não encontram competidores ou predadores – consequentemente, têm sua ocupação e multiplicação facilitada, e acabam ameaçando a permanência de espécies nativas, principalmente em ambientes degradados.

Tuca Monteiro

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 E-mail enviado a Ouvidoria:

Venho por meio deste solicitar informações a respeito da retirada de uma árvore na rua Francesco de Martini em frente ao número ... - bairro Olímpico (casa em obra).
Qual fora a justificativa para a remoção da árvore?
Qual fora o local onde a árvore fora transplantada uma vez que o funcionário da Sesurb nos dissera que o exemplar arbóreo seria replantado?
Qual fora a espécie (nome científico) plantada pela Prefeitura no endereço citado?
Dúvidas:
A remoção indiscriminada de exemplares arbóreos saudáveis, independente de serem nativas ou exóticas, está garantida por qual lei?
Por que no Plano de Arborização Urbana não há um artigo que estabelece que o projeto ou reforma do imóvel deverá levar em consideração a vegetação existente no calçamento?
E por que tal plano não fora discutido, à época de sua elaboração, com a população?
Quais são as espécies (nome científico) que a Prefeitura está inserindo na paisagem com o Plano de Arborização Urbana?
Quando se retira um exemplar arbóreo e o mesmo não é transplantado qual é o destino final dado aos
troncos?

Retorno:

Sesurb Data: 07/02/12
Responsável: Maria Rita de Souza Carvalho Hora: 11:39
Resposta: Favor encaminhar para Dra. Rose (SESURB).
Obrigada

A solicitação deve atender critérios estabelecidos na Lei 4992/11.
A espécie não comportava transplante, sendo assim foi compensada através de plantio de 9 exemplares nativos nas Praças Itália, da Biblia, Nipo Brasileira e 01 no próprio local da espécie Ipê Amarelo.
A remoção indiscriminada não está prevista em Lei.
Todas as espécies adequadas para o plantio estão previstas nos anexos I da referida Lei.
Att,
Dra. Rosi
Sesurb

Novamente questionei:
Satisfação: Parcialmente Satisfeito
Comentário: Olá.
Há vários critérios contidos na lei! Gostaria de saber qual, ou quais, dos critérios justificaram a retirada do abacateiro nesta obra?
O anexo I da referida lei não consta no documento disponível no site da Câmara! Onde este documento está disponível para consulta?
Perguntas que ficaram sem respostas e que gentilmente solicito o retorno:
Por que no Plano de Arborização Urbana não há um artigo que estabelece que o projeto ou reforma do imóvel deverá levar em consideração a vegetação existente no calçamento?
E por que tal plano não fora discutido, à época de sua elaboração, com a população?  
Quando se retira um exemplar arbóreo e o mesmo não é transplantado qual é o destino final dado aos troncos?
Desde já agradeço pela atenção.
Tuca Monteiro.
 
Não obtive retorno da Ouvidoria!

Fim.